Resenha: Bedtime Stories

Em 16 de agosto de 1958 nascia Madonna, a rainha do pop, a que se reinventa como ninguém. E por isso trago hoje a resenha de um dos meus álbuns favoritos da americana de raízes italianas, o Bedtime Stories, de 1994. Para quem quiser ouvir o álbum enquanto lê, ele está disponível no Spotify e no Youtube.

Sucessor do polêmico e exitoso Erotica (outro dos meus favoritos da cantora – confesso que foi bem difícil escolher entre os dois, mas preferi falar de um álbum menos conhecido do grande público e igualmente sensacional), Bedtime Stories é composto por onze faixas e foi nomeado para as categorias “Melhor Performance Vocal Pop” e “Melhor Album Pop” do Grammy Awards de 1995. Produzido por nomes como Babyface, Dallas Austin, Nellee Hooper  e Dave Hall, predomina no álbum uma sonoridade melódica, ocasionalmente sussurrada, e característica do R&B do começo dos anos 90. 

Na ocasião em que Bedtime Stories foi lançado, como se pode ver (e ouvir) em comentário da própria, a cantora declarou que esse seria um álbum sem referências a sexo, não porque ela houvesse mudado, mas porque ela considerava ter esgotado o tema em seus trabalhos anteriores. Ainda assim, a aura sexual que sempre envolveu Madonna permanece intacta nesse primoroso trabalho que é Bedtime Stories, sobretudo nos arranjos. Uma outra curiosidade sobre o álbum é que este foi o último disco da cantora a ser lançado no formato de vinil no Brasil.

Como não tenho o álbum físico, deixo as imagens do encarte que encontrei na página Encartes Pop.

Survival: Introdução glamourosa e tao provocante como o primeiro verso da excelente canção. “I’ll never be an angel  I’ll never be a saint it’s true”. A música ainda faz referência a um sucesso da cantora do álbum Like a Prayer, de 1989, mais especificamente Live to Tell.

Secret: Primeiro single do álbum, Secret é, em minha opinião uma das melhores já lançadas por Madonna, e o melhor carro chefe entre todos os trabalhos. Como não se sentir envolvido pelos acordes iniciais, pela melodia única e intrigante e pelos excelentes vocais da faixa?  “Happiness lies in your own hand. It took me much too long to understand”, diz um dos melhores trechos da música, ainda que seja o “Mmmmmm… My baby’s got a secret”o trecho que realmente gruda. Eis mais uma daquelas músicas, a propósito, que já citei em algum dos meus livros. 

I’d Rather Be Your Lover: Mais influenciada pelo R&B que as anteriores, IRBYL é, talvez por isso, uma das canções que menos me desperte a atenção em todo o álbum, mas, ainda assim, é uma excelente música e ótima para escrever sequências de explícito flerte nas histórias que escrevo.

Don’t Stop: Faixa mais pop e divertida até aqui. Embora não muito expressiva em relação ao álbum como um todo, não deixa de ser uma excelente faixa.

Inside of Me: Aqui Madonna explora um registro mais agudo que o predominante no restante do álbum, criando uma atmosfera de fragilidade e sensualidade, o que é complementado pelos suspiros e sirenes ao fundo, como parte do arranjo. Especula-se que a música seja uma referência a alguém do passado da própria cantora.

Human Nature: Lançado em junho de 1995 como quarto e último single do álbum, é uma resposta às críticas que a cantora recebeu pela imagem adotada na era Erotica, o trabalho mais explicitamente sexualde Madonna. Confesso que, na primeira vez que ouvi a faixa R&B, não gostei de sua sonoridade, tampouco dos vocais, mas, hoje em dia, gosto bastante da música.

Forbidden Love: Voltam os vocais mais graves e o clima intimista e envolvente. Gosto bastante do arranjo e, como explicitado no título, é excelente para escrever amores proibidos.

Love Tried To Welcome Me: A melhor introdução do álbum pertence à faixa mais longa da obra.  Menos R&B, mais pop ballad. Adoro como a guitarra espanhola volta a ter destaque perto do fim da música, que, sem dúvidas, é uma das minhas favoritas do álbum, tanto pela sonoridade como pela letra.

Sanctuary: Mais uma faixa marcadamente R&B 90’s. Embora eu goste bastante da letra, a melodia não é das minhas favoritas e é justamente o tipo de letra que gostaria de ver entoada como pop ballad e então consideraria a música como um todo perfeita.

Bedtime Story: Composta pela islandesa Björk, a faixa-título foi o terceiro single do álbum e é a música que menos gosto do Bedtime Stories. Ao menos para mim, trata-se de uma música irritantemente experimental e hipnótica, com batidas industriais e algo perturbadora. Uma curiosidade sobre a música é que seu videoclipe encontra-se em permanente exibição no Museum of Modern Art (MoMA) de New York. Bedtime Story basicamente celebra o mundo do inconsciente e se assemelha bastante a algumas faixas do álbum seguinte de Madonna, Ray of Light, de 1998, muito influenciado pela sonoridade New Age.

Take a Bow: Uma das minhas favoritas da carreira de Madonna, Take a Bow foi o segundo single do álbum e é um dos maiores sucessos da cantora,  cujos vocais soam excepcionais nesta melódica e apaixonada balada. O clipe de Take a Bow ganhou uma continuação no clipe da minha música favorita da cantora, You’ll See, lançada no álbum Something to Remember (ouvir no Spotify), uma coletânea das baladas lançadas pela cantora em dez anos de carreira e três canções inéditas.

Favoritas: Secret; Take a Bow; Inside of Me; Love Tried to Welcome Me

Enche Linguiça: Sanctuary; Bedtime Story

Bedtime Stories é um álbum incrível por trazer uma Madonna distinta daquela a qual o público estava acostumado àquela época. Canções mais melódicas, vocais mais graves. Eu, particularmente, considero a Madonna típica uma cantora vocalmente mediana, porém brilhante ao entoar baladas e acho que é por isso que amo o Bedtime Stories (e também a coletânea Something to Remember): amo como nele predomina um tom mais grave. Enfim…

Já conheciam o álbum, deram uma chance agora ou nunca o ouviriam? Deixe seus comentários!

Thaís Gualberto

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One thought on “Resenha: Bedtime Stories

  1. Lari Reis says:

    Finalmente! Ouvi de novo antes de vir 🙂
    Mas o comentário vai ser breve. Secrets é minha preferida do álbum todo. Assim que começou a tocar eu pensei “opa!” e corri pra ver qual era. Breve explicação: às vezes, gosto de ouvir o álbum completo sem olhar nada mais sobre. Consulto o nome das canções quando elas me agradam ou quando chamam atenção por algum outro motivo. Por exemplo, Inside Of Me que eu fui olhar porque não curti :p Take a Bow, por sua vez, é outra que acho maravilhosa. Uma escolha super para deixar com vontade de quero mais.

    Depois, reli seus comentários e fui ouvir mais uma vez Bedtime Stories. Ela não me incomoda taaanto, mas não faço questão, rs. Acho que as batidas me deixam com vontade de algo mais veloz e eu me canso rápido.

    Num geral, um álbum que acho bom, mas não é meu favorito dela.

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