Resenha: “How Not to Fall in Love, Actually”

How Not to Fall in Love Actually

Emma George trabalha como assistente de direção em uma produtora de filmes, tendo de ser cordial e paciente com a atores sem fama, porém arrogantes. Seu namorado, Ned,  não se acerta em nenhum emprego, tampouco tem sorte em suas tentativas de empreender, que sempre acabam em grande prejuízo… para Emma! Não bastasse isso,  Emma descobre-se grávida aos 27 anos. E, por falar mais do que deveria, perde o emprego. E, irritada com os planos mirabolantes e fracassos de Ned, termina o relacionamento que já durava 5 anos e vê-se obrigada a retornar para a casa da mãe. Promissor, não? Mas resume bem a comédia romântica “How Not to Fall in Love, Actually” (“Como não se apaixonar, de fato”, em tradução livre), romance de estreia da neo-zelandesa Catherine Bennetto.

How Not to Fall in Love ActuallyObviamente a trama não se restringe aos conflitos entre Emma e Ned. Temos Diana, a mãe vaidosa ao extremo de Emma e totalmente inconformada com o estilo jeans e All-Star da filha mais velha. Alex, a irmã mais nova de Emma, engajada-mor da história e sempre às voltas com seu trabalho na ONU que a manda para lugares remotos, pouco confortáveis e praticamente sem conexão com o mundo desenvolvido. Michael, o tio de Emma, ginecologista, pai de quatro crianças e muitos anos mais novo que a irmã mais velha, Diana. Sinead, a esposa de Michael, insuperável no humor negro e na prática com crianças. E, claro, os melhores amigos de Emma: a tímida Sophie, a libidinosa Helen e o bendito fruto Douglas.

Não bastasse a gravidez não planejada e a demissão, Emma logo descobre não ter um centavo sequer em sua conta, já que Ned usou todo o dinheiro que lá estava para levar adiante mais umas de suas arriscadas empreitadas empresariais, dessa vez uma marca de sorvetes, a “Ned & Gerry” (sim, um trocadilho com Ben & Jerry). Passando a viver realmente da caridade da mãe e do tio, Emma consegue ao menos um sopro de privacidade quando sua avó materna falece e deixa-lhe como herança o chalé em que vivia. Com isso, mais novos personagens, como a intrometida Harriet, vizinha do chalé, com sua mania de perseguição e seu rotweiller Brutus sempre a postos.

Apavorada com a possibilidade de não ter como sustentar o bebê que logo irá nascer, Emma aceita ser acompanhante de Alfie, único menino na prole de Michael e Sinnead, no set de gravações de um filme de zumbis. Naturalmente, esse é um núcleo da história que garante muitas risadas e mesmo uma breve paixonite para nossa protagonista, bem como muitas discussões com Martha, acompanhante da outra criança do elenco. Em meio a tudo isso, Emma ainda se vê tendo de ocasionalmente mentir para o seu querido tio, que jamais aceitaria o fato de o filho de 4 anos estar em um filme com mortos-vivos, muito sangue senográfico e repleto de mulheres em trajes sumários.

O elemento mais surpreendente do desenvolvimento desse enredo, contudo, é a aparição de um cara completamente bêbado no chalé de Emma. Ele insiste que precisa entregar uma torta a um amigo (que obviamente não mora ali) e logo a confusão desperta Harriet e a motiva a interceder acompanhada por Brutus. Com pena de Joe, o bêbado, Emma permite que ele passe a noite na sala do chalé e vá embora pela manhã. Naturalmente, como tudo na vida de Emma, as coisas não se desenrolam conforme ela planejara.

E é exatamente a graça de “How not to fall in love, actually”. O enredo é repleto de surpresas e reviravoltas e os vários personagens apresentados são muito bem desenvolvidos e descritos, ademais de serem, cada um a sua maneira, bastante espirituosos, o que os torna mais vivos e “palpáveis”. Além disso, é fantástico acompanhar o crescimento emocional de Emma conforme os meses vão passando, dificuldades sucedendo-se e o parto aproximando-se. Ainda que parte do desfecho seja previsível, é maravilhoso como o desenvolvimento do enredo consegue surpreender nos mínimos detalhes. Infelizmente, até a conclusão desta resenha, o livro não tem uma versão em português, o restringe um pouco seu público aqui no Brasil. Mas, caso você saiba inglês e aprecie um bom chick-lit, não deixe de ler a excelente estréia de Catherine Bennetto. “How not to fall in love, actually” é, sem dúvidas, um 10/10.

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3 thoughts on “Resenha: “How Not to Fall in Love, Actually”

  1. Lari Reis says:

    Super bacana a sua resenha, Thaís.
    How not to fall in love, actually não parecer ser meu tipo de leitura atualmente. Mas, ao ler o seu post, fiquei pensando em como qualquer autor ficaria feliz em ter o livro resenhado por você. Isso porque, mesmo sabendo que a obra não entraria para a minha lista de leitura agora, eu quis terminar de ler o post porque foi prazeroso fazê-lo 🙂

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