Resenha: If I’m Honest

Um dos estilos musicais que cresceu muito na minha preferência nos últimos anos foi a música country. Não sei se pelo ritmo intenso, não sei se por ter começado a escrever histórias que se passam em parte no campo. Talvez por causa das letras que em geral contam histórias, diferentemente da maioria das canções pop; talvez por ter descoberto grandes vozes na música country, como Carrie Underwood, Natalie Maines (da banda Dixie Chicks) ou Lady Antebellum. O fato é que sou apaixonada por música country e difícilmente passo um dia sem escutar ao menos uma. E é isso que me motiva a trazer minha opinião a respeito do novíssimo CD do meu querido e lindo e divo da música country e coach favorito do The Voice e crush musical: “If I’m Honest”, de Blake Shelton

Infelizmente, não tenho o CD para comentar o encarte. São poucos, aliás, os CDs country lançados no Brasil. Em geral, só encontro os do Lady Antebellum, que ficou famoso aqui após algumas de suas canções terem servido como trilha sonora de novelas. Posso, porém comentar a capa, da qual não sou muito fã, pois as letras translúcidas sobre o Blake me incomodam haha

Straight Outta Cold Beer: Excelente trilha sonora para as farras alcóolicas no bar do Seu Díaz, em um dos livros que escrevo. Destaque na canção para a batida mais rock e um excelente momento de destaque para a guitarra perto do fim da canção.

She’s Got a Way with Words: A melodia típica de country ballads nos traz uma canção tranquila, porém bem-humorada, dados os trocadilhos presentes no refrão. O coro ao fundo em alguns momentos traz um ar mais pop para a música.

Bet You Still Think about Me: Uma das minhas favoritas do álbum, BYSTOM é intensa e triste e presume-se que se refere a Miranda Lambert, ex-mulher do Blake, de quem ele se separou há cerca de um ano. Acredito que essa canção ainda será um single.

Every Time I Hear That Song: Mais uma das minhas favoritas <3 Como não se cativar pelo “…still think about you-ou-ou” e pela melodia da canção como um todo? Acredito que essa seja mais uma das canções inspiradas pelo rompimento.

Came Here to Forget: A associação imediata que fiz ao assistir o video do primeiro single de If I’m Honest foi com o vídeo da excelente e sensual Wicked Game, de Chris Isaak. Melodicamente, contudo, é no trabalho anterior do próprio Blake Shelton  (Bringing Back the Sunshine, 2014) que encontramos a excelente Sangria, cuja atmosfera misteriosa e sensual parece influenciar CHTF.

Every Goodbye: O Blake divertido aparece em alguns momentos do álbum e este sem dúvidas é um deles. Uma música gostosa de ouvir, com uma mensagem extremamente positiva e um toque praiano em seu arranjo.

It Ain’t Easy: Mais uma canção positiva e indiscutivelmente alegre, apontando para o momento em que um novo amor foi encontrado. Não é contudo, uma música que me impacte; soa-me apenas como mais uma para preencher o álbum, infelizmente.

A Guy with a Girl: Introdução intensa, predomínio de uma sonoridade country rock que eu amo. Embora seja mais uma canção sobre um novo amor, é bem mais interessante que sua antecessora e acredito inclusive que seria um bom single.

Go Ahead and Break My Heart: Eis o imporvável, porém sensacional, dueto com sua atual namorada, Gwen Stefani, a grande voz do No Doubt que há cerca de vinte anos nos presenteou com a épica Don’t Speak. Que música linda, que dueto maravilhoso! Não consigo para de ouvir hahaha E que linda a maneira como eles trocam olhares ao apresentarem a música. Impossível não amar… <3

Friends: Contribuição do Blake para a trilha sonora de Angry Birds: O Filme. Arranjo country bem característico e um clipe super fofo com participação dos queridíssimos pássaros raivosos e uma moça no violino dando um toque especial à canção.

One Night Girl: Eis o country praiano outra vez, mas dessa vez em uma faixa bem mais consistente que as anteriores que apresentam esse clima. Ouço dizer que ONG tem potencial para single, dada sua melodia ser tão envolvente.

Doing It to Country Songs: O country country do álbum está aqui. A parceria com The Oak Ridge Boys faz dessa música mais uma daquelas sensacionais para embalar os encontros alcoólicos e testosterônicos no bar do Seu Díaz hehe E eu adoro isso! hehe

Green: Releitura com novo arranjo de uma faixa já lançada no álbum “Startin’ Fires”, de 2008. Gosto mais do arranjo desta versão, mas, ainda assim, considero sua presença desnecessária nesse álbum.

You Can’t Make This Up: Maravilhosa introdução, música excelente. Merecia estar no meio da tracklist do álbum. Lembra-me alguma música de algum CD anterior do cantor, mas não consigo precisar qual.

Savior’s Shadow: Segundo single do álbum, SS surpreende por ser uma faixa gospel que foi liberada como single para as rádios gospel. Uma bela música sobre fé e devoção, encerra com maestria e tranquilidade o álbum “If I’m Honest”.

Favoritas: Go Ahead And Break My Heart, Every time I hear that Song, Bet You Still Think About Me, Came Here to Forget.

Enche Linguiça: Green, It Ain’t Easy, Every Goodbye.

“If I’m Honest” é um excelente álbum e demonstra um amadurecimento no que tange às composições nele presente, porém a intensidade de suas músicas como um todo fica aquém do que noto em alguns álbuns anteriores do cantor, como “Bringing Back the Sunshine” (2014) e “Pure BS” (2006), de modo que dou nota 8,0/10,0.

Thaís Gualberto

PS: Gostaria de ter colocado um link para o álbum, mas ele ainda não está disponível no Spotify, tampouco o encontrei no youtube 🙁

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9 thoughts on “Resenha: If I’m Honest

  1. Fabio Ottolini says:

    Gostei MUITO do seu post. O problema é que as pessoas andam se utilizando de algo que chamo de “ouvido coletivo”. Ouvem o que outros ouvem e pronto. Passamos por uma fase absolutamente sinistra nesse sentido. A capacidade das pessoas de analisar, avaliar e tomar decisões está reduzida. Triste, mas é assim.

    • Lari Reis says:

      Em tempos de redes sociais, o “midiático” (ou aquilo que vende) tomou outras proporções. Quem tem os fã-clubes mais ativos da internet consegue se projetar de maneira tal que, muitas vezes, a qualidade musical fica em segundo plano. E nem é uma crítica aos novos ídolos pop. Às vezes, nem mesmo a habilidade desses é reconhecida, sendo ofuscada pela beleza, fotos compartilhadas nas redes e outras questões…
      Tô aqui bicando o comentário apenas para dizer que sempre terá alguém, como a Thaís, disposto a apresentar música boa e romper com essa barreira do “ouvido seletivo”.

      • Thaís Gualberto says:

        Acho que as redes sociais acabam fazendo com que o artista mais admirado não necessariamente seja aquele que é mais competente no estilo musical a que se propões, mas sim aquele que se dispõe mais a interagir com o público. Mas é isso aí, estamos aqui para sugerir músicas que a maioria nem sabe que existem hehe E pode bicar comentário à vontade por aqui!!
        🙂

  2. Lari Reis says:

    Olha, o country não me pegou muito ainda. Estive ouvindo algumas coisas, um tempo atrás e sentia que me conectava aos elementos que considero comuns ao folk e ao blues de narrativa com emoção, de letras que contam uma história…
    Divagações à parte, sempre vou gostar de suas resenhas completas, com a análises de cada canção. Das que você postou em vídeo, a que mais me agradou foi o dueto do amô, haha.
    Achei interessante a sua crítica de que gostaria e ter visto mais intensidade. Geralmente, é algo que me atrai no estilo também!

    • Thaís Gualberto says:

      No country quem é melhor de narrativas em músicas são a Carrie Underwood e as Dixie Chicks. Gosto bastante desse country narrativo.
      Obrigada! E é muito fofo ver os dois cantando a trocarem olhares hihihi
      Eu acho que não só eu gostaria de ter visto mais intensidade como acho que esperaria, pois em geral é o que espero em CDs lançados após rompimentos. Exemplos? Dois dos meus 5 álbuns favoritos de todos os tempos: Stripped (2002), da Christina Aguilera, e “Resta In Ascolto” (2004), da Laura Pausini. Mais de dez anos e até hoje os considero os melhores álbuns de suas intérpretes e ambos nasceram de rompimentos traumáticos.

      Beijos!

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