Resenha: Good Karma

Para quem nasceu entre o final dos anos 70 e meados dos anos 90, é praticamente impossível nunca ter escutado algum dos sucessos do duo pop sueco Roxette, formado por Marie Fredriksson e Per Gessle, cujo primeiro álbum, Pearls of Passion, foi lançado em 1986. “Spending My Time”, “It Must Have Been Love”, “Dangerous” são apenas alguns dos maiores sucessos da banda que, há poucas semanas, lançou seu novo álbum, Good Karma, décimo álbum de inéditas de Fredriksson e Gessle, e que resenho aqui (e vocês podem escutar clicando na imagem abaixo).

good karma
Clique na imagem para escutar o álbum no Youtube

Good Karma foi lançado dia 03/06/2016 e conquistou destaque em vendas/downloads na República Tcheca, Suécia e Suíça.  Algo curioso da arte que marca esta era do duo sueco é a utilização de imagens de borboletas sobrepostas a cores vibrantes (sendo as cores bastante presente nas obras da dupla, vide as capas de Joyride, Have a Nice Day e Charm School) e paisagens (presentes na capa do álbum, na arte do disco e nas capas dos singles), o que acho, particularmente, bastante interessante e criativo.

roxette

Why Dontcha: O álbum é aberto de maneira enérgica com essa canção que remete ao melhor do pop já gravado pela dupla, lembrando um pouco a sonoridade de “Opportunity Nox“, lançada em 2003. Gosto especialmente do arranjo, pois é animadamente envolvente. Aqui temos a predominância da voz de Per sobre os backing vocals de Marie.

It Just Happens: Primeiro single do novo álbum, It Just Happens é impossível de ser escutada sem que notemos a semelhança em termos de sonoridade com outras baladas de grande sucesso do duo, como “Spending My Time” ou “Listen to Your Heart“. Uma das minha favoritas do álbum, a música traz os vocais de Marie belos e poderosos no refrão. Também gosto muito de como soa etéreo o arranjo da canção, sobretudo no refrão.

Good Karma: Mais uma ótima música com vocais da Marie. Aprecio especialmente o refrão explosivo e o arranjo mais estilo rock anos 80. Aliás, amo a vibe oitentista de Good Karma.

This One: Adoro como a música cria uma atmosfera acelerada e ligeiramente futurista! É forte, envolvente, atrevida.

You Make It Sound So Simple: Eis uma ótima maneira de dar sequência a “This One” – uma faixa igualmente misteriosa e hipnótica, porém com um arranjo mais sombrio e com os vocais de Per mais destacados que na anterior, com Marie soando quase sobrenatural no bridge backing vocals distorcidos em autotune.

From A Distance: Faixa menos veemente que as anteriores, é entoada com suavidade por Marie entre elementos eletrônicos. Gosto muito da letra, mas, infelizmente a melodia não me cativa e não consigo me apegar à música

Some Other Summer: Segundo single deste trabalho, foi lançada há dias com um lyric video excelente e vibrante como pede a música, que é veementemente otimista. Mais uma vez, energia e ritmo hipnótico com elementos eletrônicos combinam-se perfeitamente e resultam nessa excelente faixa. Admito, contudo, que não me apeguei muito na primeira vez que a escutei, mas agora estou viciada hehe

Why Don’t You Bring Me Flowers: Minha introdução favorita entre as músicas do álbum, traz Per nos vocais principais. Uma bela canção, sem dúvidas, e um dos momentos mais calmos do álbum.

You Can’t Do This To Me Anymore: Primeira estrofe sombria e futurista, com Per soando mais grave que o habitual, com Marie mais uma vez soando etérea em contraste com o companheiro. Irrita-me um pouco como o refrão é uma repetição incessante do título da música.

20 BPM: Faixa com batida mais “industrial” e mais autotunada, com Per soando totalmente robótico. O título, então, é bem apropriado ao arranjo utilizado. Aliás, o arranjo me lembra um pouco as batidas ddo Daft Punk no álbum “Discovery”, sobretudo a faixa “Harder, Better, Faster, Stronger”.

April Clouds: Melhor música do álbum, ao menos para mim. A única que me comoveu e isso é algo que realmente valorizo. Letra belíssima; arranjo delicado porém intenso e maravilhosos vocais de Marie, dessa vez, com zero autotune, feelizmente. Lembra-me um pouco a balada Queen of Rain, mais pela letra que pela melodia.

Favoritas: This One, Why You Don’t Bring Me Flowers, April Clouds, It Just Happens

Enche Lingüiça: 20 BPM, From a Distance

Good Karma é sem dúvidas um bom álbum, porém peca ao abusar do autotune, o qual, ao menos para mim, faz-se supérfluo quando se tem uma vocalista com o timbre que Marie tem. Confesso que também esperava mais baladas nesse trabalho, mas é fato que a maioria das faixas pop é muito boa. Assim sendo, minha nota é 8/10.

Thaís Gualberto

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4 thoughts on “Resenha: Good Karma

  1. onlysecretdreams says:

    Adorei a resenha Thaís!! Li o post escutando “It Just Happens, e é uma música muito gostosa de se escutar :)) Achei bem linda a utilização de borboletas nas capa!!
    Um grande beijo pra ti e um ótimo domingo <3

  2. Lari Reis says:

    Preciso te dizer que, até pouco tempo, eu achava que não conhecia Roxette. Aliás, isso poderia render um post lá no Yellow, quem sabe…
    Voltando ao assunto, acho que nunca ouviria um álbum completo deles se não tivesse uma indicação, como essa sua resenha. Estou fazendo isso agora! E resolvi deixar isso registrado aqui desde já caso eu esqueça de voltar pra comentar no post depois, haha (vou tentar vir falar o que achei de Good Karma!).

    • Thaís Gualberto says:

      Que legal, Lari! Vou adorar que isso renda um post! 😀 Esse é o segundo álbum deles que não um Greatest Hits que eu escuto na íntegra (charm school, de 2011, foi o primeiro), mas fiquei especialmente interessada pelos trabalhos mais antigos da dupla enquanto fazia esse post e acabei baixando os álbuns anteriores… Só não tive tempo de escutar ainda… Hehe Espero que você volte para comentar o que achou! Beijos!

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