Um sentimento plenamente claro mas ainda assim algo indescritível. Um sentimento desagradável; uma situação irreparável. Uma amizade abortada, um vínculo perdido. Que tipo de pessoa sou segundo você? Um ser desprezível. Que tipo de pessoa você se tornou? Uma idiota revoltada.
Havia riso, dramas, lágrimas, cumplicidade, afeição. Uma amizade sincera. Há ressentimento, amargura, quiçá ódio e inveja. Os bons momentos ficaram todos no passado e nas memórias; ao hoje restou apenas o desastre, o deplorável, a ruína. Como pôde mudar tanto? Como pôde mudar para pior? Como se permitiu contagiar por tanta revolta? Como se permitiu contagiar pelas más influências ao seu redor? Porque agora em você já não resta sequer a sombra da amiga, mas apenas um autômato grosseiro e tempestuoso propagador do nada coletivo e agressivo.
Quase três anos de mediocridade, hipocrisia, atitudes condenáveis. Quem conhece e admira alguém não diz certas coisas de determinadas maneiras, mas você diz e as diz com arrogância. Eu não mudei, você me conhecia bem e tudo o que li foram palavras torpes, dignas de um desconhecido mal-educado qualquer. Eu não mudei, mas você se tornou outra pessoa. Uma pessoa a quem abomino e que não faço a menor questão de ter por perto. Uma pessoa que se utiliza de vis subterfúgios, de indiretas, do baixo nível ao se expressar. Por quê?
Não, isso não é o tipo de coisa que tenha conserto. Você escolheu esse caminho e, condicionado a isso, prefiro a distância ao confronto. E se confronto houvesse, de vítima você se faria. As always. Porque bancar a vítima sempre foi a característica mais negativa da sua pessoa, característica essa exponencialmente maximizada em seu novo ser tão influenciado e influenciável por um tal novo mundo que você teria descoberto. Porque você não foi abençoada com a virtude de reconhecer os próprios erros – e só tem piorado. Porque quando contrariada você só sabe bater o pé. Argumentos? Você nunca os tem. Se os tivesse, não saberia articulá-los. Grosseria é uma péssima ferramenta.
É triste, eu sei. É triste pelo passado onde de fato havia amizade. Agora apenas há desavenças, problemas. Histeria, desencontro. E você age como se não me conhecesse quando a única desconhecida é você. Meu erro foi a omissão, foi calar na primeira vez em que você faltou com nossa amizade. Seu erro foi inventar uma batalha de egos que jamais existiu. Seu erro foi atribuir a mim adjetivos que comigo não condizem. Seu erro foi sempre confundir crítica e assertividade com ofensa pessoal. Seu erro foi ouvir somente aos que dizem aquilo que você deseja ouvir. Seu erro é jamais reconhecer erros.
It’s over.
A amizade ficou no passado, na lembrança. Agora é cada uma em seu caminho. “And baby now we got bad blood”…
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Economista & Escritora. Apaixonada por ficção, música, política e coisas fofas. Aqui vocês terão resenhas e, principalmente, textos ficcionais escritos por esta que vos “fala”.
Adorei, adorei, adorei!
Obrigada, Carol!! 😀